O fato de que na Turquia a arquitetura em geral tem sido avaliada como uma das “Atividades de Finas Artes”, pertencente a uma cultura de estrutura superior, esta ficou sempre a parte do setor da construção e não pode ser aproveitada como uma oportunidade para beneficiar a evolução deste setor e orientar esses desenvolvimentos. Portanto, a sustentabilidade das ações do país, não pode serem mantidas e desenvolvidas em consonância com uma estrutura inovadora, cultural-geográfica, social e natural. Estruturas monumentais que datam do período otomano foram protegidas através de esforços de instituições de caridade, obras de antigas instituições e produtos de arquitetura civil foram substituídos por uma nova estruturação de materiais, considerando o ambiente e a cultura.

A intenção de reestruturar a cultura da arquitetura do país adquiriu força a partir de um relatório educacional informativo, elaborado pelo acadêmico americano John Dewey em 1926. A educação técnica, o aprendizado através da prática, bem como os esforços para adaptar-se à época foram alcançados através dos estabelecimentos de instituições educacionais tais como: Gazi, Instituto de Educação e Escolas Técnicas, que realizaram reformas, sob a liderança de especialistas como Holzmeister, Egli, Wagner, Taut nos sistemas de ensino em algumas instituições em Istambul, tais como: Sanayi-i Nefise (Universidade Mimar Sinan de Belas Artes), Universidade de Engenharia (Universidade Técnica de Istambul) e escola de mestre (Universidade Técnica de Yildiz), designada a formação de pessoal técnico para TCDD (Instituto Ferroviário Nacional da Republica da Turquia). E assim, dentro destas instituições, uma nova geração de arquitetos turcos consciente dos problemas do país e desprovidos de sentimento de alienação, começaram a ser treinados sob a supervisão de renomados especialistas.

Atualmente na Turquia bem como no norte da República Turca do Chipre, existem 38 departamentos de arquitetura de nível universitário. Muitos formandos oriundos deste departamento estão trabalhando com sucesso em vários países do mundo, longe da discussão de arquitetos locais.

Quando a arquitetura turca é analisada, de acordo com o seu estilo, podemos ver uma busca de “identidade”, tentando afastar-se das características da época do renascimento otomano, desde os primeiros anos da República. O primeiro grupo desta tendência foi formado através do “I Encontro Nacional de Arquitetural”, organizado por mestres arquitetos tais como: Kemallettin, Giulio Mongeri, Vedat Tek e Arif Hikmet Koyunoglu, os quais desenvolveram seus trabalhos de arquitetura moderna intitulado “Ankara cúbico”, sob a liderança de arquitetos e peritos da Europa Central entre os quais podemos citar: Holzmeister, Egli, Elsaesser e Taut.

Na segunda metade da década de 1930, como uma reação à arquitetura Cubic e Art Deco, o segundo período de Arquitetura Nacional iniciou, com base no estilo original e tradicional da arquitetura rural, e desenvolveu-se sob a orientação do mestre Sedad Hakki Eldem. Após a Segunda Guerra Mundial, pesquisas difundidas na Europa surgiram na Turquia e um novo conceito da arquitetura mais original e estável  dominou as obras de  construções realizadas  pelos setores públicos e privadas. Podemos citar como instituições que permitiram o surgimento destas estruturas: Empresas Corretoras, Bancos de créditos, Fundo de Aposentadoria da República da Turquia, governo central e municípios.

Como um canal para o desenvolvimento do pensamento arquitetônico, publicações arquitetônicas começaram a serem realizadas a partir da década de 1930. A primeira revista de arquitetura turca “Mimar” elaborada por Zeki Sayar, Abidin Mortas e Abdullah Kozanoglu começou a ser publicada em 1931 e posteriormente denominada “Arkitekt”. Esta mesma revista, contribuiu regularmente para o desenvolvimento da profissão de arquitetura, bem como contribuiu para o conceito da cultura de construção. “Arkitekt” e “Arquitetura”, o porta-voz da União Turca de Arquitetos, são publicados até os dias atuais.

Um período de rápida urbanização que iniciou em 1950 e novamente ganhou velocidade após a década de 1980, resultou em um ambiente social que ignorava completamente arquitetos e arquitetura, a partir de então esforços foram feitos para resolver as dificuldades e atribuir as responsabilidades públicas para os profissionais da arquitetura através da campanha “Política de Arquitetura da Turquia esta a renascer”, lançada pela Ordem dos Arquitetos, em 2007. Este é um projeto de lei sobre Arquitetura, elaborado pela associação comercial, designado a tomar medidas com o objetivo de resolver questões legais. Os arquitetos turcos Turgut Cansever, Dogan Tekeli, Behruz Çinici, Sevki Vanli, Cengiz Bektas, Han Tümertekin, Nevzat Sayin, Murat Tabanlioglu, Emre Arolat bem como muitos outros arquitetos de renome nacional e internacional oriundos de diferentes gerações e conceitos, continuam a diversificar esse rico ambiente cultural através de suas obras.

Fonte: Direção Geral de Imprensa e Informação do Primeiro Ministério da Turquia, 2010