História da Turquia até 1923

pag084Os Turcos e os Primeiros Estados Turcos: Os turcos formam uma comunidade nacional, reunida em torno de uma mesma língua, pertencente ao grupo "uralo-altaico", e aparecem, pela primeira vez no palco da história, na encosta das montanhas Kögmen, no século VII A.C.

Segundo escritos chineses, a existência política dos turcos na Ásia, iniciou com os Hunos no século III A.C. Os Hunos, que haviam estabelecido um grande império sob o reinado de Mete Khan, derrotou os mongóis e os Yuechis, bem como, estabeleceu o controle sobre os portões ocidental da China e rotas comerciais.

Depois da desintegração do Império Huno na Ásia, fundou-se, em 552, nas encostas orientais das Montanhas Altai, o Império Göktürk. Pela primeira vez os göktürks empregaram a palavra "Turco" como nome oficial do Estado. Bilge Khan e Kül Tigin ocuparam lugar na história como figuras sábias e heróicas do Estado Turco. As atividades de ambos, juntamente com Tonyukuk, outro grande estadista Göktürk, são relatadas e imortalizadas nos primeiros documentos escritos da história turca "Inscrições de Orkhun".

Em 741, depois do Göktürk, os uigures fundaram um outro Estado (Uygur). No entanto eles se desintegraram rapidamente depois de um ataque preparado pelos turcos na capital Kirgiz.

Vivendo na região do Mar Aral, Ásia e Turquestão, os descendentes dos hunos (hunos ocidentais), sob pressão dos Uarlarin deixaram sua pátria e se estabeleceram no oeste do Rio Volga. A partir do período do grande líder Balamir, os hunos do oeste avançaram para a Europa Central, começando pelo nordeste. Foi assim que começaram as históricas das migrações (Grande Migrações de povos), as quais mudaram a estrutura étnica da Europa, e avançaram até a Espanha, transtornando as cidades do norte do Império Romano.

O primeiro estado turco estabelecido na Europa foi o Império Huno Ocidental. Em 434, Attila assumiu o controle e obrigou todas as tribos bárbaras da Europa e até mesmo os impérios Bizantino e Romano ocidental a aceitar o seu poder. Foi durante o seu reinado que o Império teve o seu período mais glorioso.

A segunda tribo turca a provar sua existência e poder na Europa foram os Avars. Com a criação do Estado Göktürk, em 552, os Avars orientaram-se para o ocidente, se estabeleceram no Cáucaso e posteriormente no Norte do Mar Negro; Em seguida, avançando sempre para o ocidente, dominaram a região que se estende atualmente da fronteira Grécia até a Alemanha. Juntamente com os turcos, os búlgaros, em 626, cercaram Istambul e avançaram até as muralhas Bizantinas. Na história, os primeiros turcos que assediaram Istambul, foram os Avares.

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Na Europa, depois da presença dos Avares, surgiram os Hazares. Entre os séculos VII e X eles criaram um poderoso império que se estendia desde o Rio Volga até Kiev. Os Hazares foram muito tolerantes com os povos de diferentes religiões que viviam nas suas terras; Khazares, os quais falavam turco, a língua mais difundida da época, nomearam o Mar Cáspio. A existência política dos kazares como estado chegou ao fim em 968.

Após os Hazares, a existência dos turcos na Europa continuou com os Peçenek (Petchenegues), a partir do século X. Estes últimos, não suportando a pressão da aliança Hazares-Oguz atravessaram o Rio Volga e chegaram à Hungria. Eles expulsaram os húngaros das suas terras e lá se estabeleceram em 880. No ano de 1091, às margens do rio Meriç (A Maritsa), os Peçenek sofreram uma derrota esmagadora na batalha sangrenta contra as forças aliadas Bizantina e Couman, assim, chegando politicamente ao fim. Com a retirada deste povo da cena histórica. A primeira fase da aventura de 700 anos dos turcos na Europa também terminou, e eles desapareceram desta área por um período de 200 anos.

pag087mapa_vermelho A História da Turquia na Era islâmica: Depois da desintegração do estado Uigur, no ano de 840, foi estabelecido o estado de Karakhanidas. Na época do Satuk Bugra Khan, o monarca dos Karakhanidas, o Islã foi adotado como religião oficial. As raízes do chamado desenvolvimento histórico da "Civilização e Cultura Turco-Islâmica" foram implantados neste período.

No período da existência do estado dos Karakhanidas, um segundo Estado foi fundado com o nome de "Gaznavida" sendo sua capital, Gazne, no Afeganistão (969-1187). Mahmud dos Gaznavidas adotou, pela primeira vez, o título de "Sultão", e organizou várias campanhas militares à Índia, islamizou a população, bem como, lançou os fundamentos do Paquistão atual. Em 1040 os gaznavidas, depois do Sultão Mahmud, perderam a batalha de Dandanakan contra os seljúcidas, recuaram para a Índia e mais tarde cairam sob o domínio dos seljúcidas.

O grande Estado Seljúcida (1040-1157) foi fundado por Selçuk Bey, um descendente da tribo Kinik dos turcos oguzes.

Os seljúcidas exerceram soberania sobre os Karakhanidas e Ghaznevides e assim, estabeleceram com sucesso a união turca. Em 1055 Tugrul Bey, o Sultão dos seljúcidas invadiu Bagdad, capital do califado Abassida e botou fim ao estado Xiita Buvayhi; assim sendo, o califa atribuiu a ele o título de "Sultão do Mundo". Em 1071 seu sucessor Alparslan, em Malazgirt (Manzikent), obteve vitória definitiva sobre Diógenes, o Imperador Bizantino e literalmente abriu as portas da Anatólia para os turcos. A mais gloriosa época do estado Seljúcida ocorreu no reinado do Sultan Meliksah. As escolas superiores de teologia, Madrassas Nizamiye, as quais constituem o fundamento das universidades ocidentais, foram criadas também neste período.

Depois da morte do sultão Meliksah, o Grande Estado Seljúcida foi dividido em vários pequenos estados tais como: os seljúcidas da Síria (1092-1117); os seljúcidas do Iraque e do Horasan (1092-1194); os seljúcidas de Kirman (1092-1187) e os seljúcidas da Anatólia (1092-1308). E, além disso, o estado de Jorezmitas também foi estabelecido no mesmo território. (1097-1231).

pag089O mais proeminente destes pequenos estados é o Estado dos Seljúcidas, da Anatólia, fundado por Kutalmisoglu Süleyman Bey cuja capital é Iznik. Sob o Reino de Mesud I, filho de Kiliç Arslan I. As Cruzadas que se dirigiram para a capital Konya foram derrotadas nas proximidades de Ceyhan. Enquanto que Kiliç Arslan II, o filho e sucessor de Mesud I, obteve vitória em Myriokephalon, nas proximidades de Denizli, contra o exército bizantino e conseguiu assim, pôr fim à influência do Império sobre a Anatólia. Os seljúcidas da Anatólia tiveram o período mais glorioso de sua dinastia com o Sultão Alaeddin Keykubad I. Mas o assassinato do monarca, causado por envenenamento, provocou no país desordem e tumulto. A revolta dos Babais foi seguida pela invasão da Mongólia. Depois da batalha de Kösedag, em 1243, a Anatólia foi invadida pelos Mongóis. Aproveitando-se do enfraquecimento da soberania Mongólica, os Turcomanos que se estabeleceram nas fronteiras, no fim do século XIII, fundaram na Anatólia, os Beylicats (principados) de Karaman, Germiyan, Esref, Hamid, Alaiye, Ramazan, Dulkadir, Taceddin, Menteşe, Candar, Pervane, Sahib Ata, Karesi, Saruhan, Aydın, Inanç e Osmanogulları. Durante este período, chamado de "Beylicats Era", toda a Anatólia tornou-se território Turco.

Por outro lado no Egito, após a morte do soberano Ayyubida Es Salih Necmedin o comandante do exército Izzeddin Aybeg fundou o Estado turco-kölemen (mameluco) (1250-1517). Durante o seu reinado, o Sultão Aybeg lutou contra as Cruzadas e com a vitória, Mansure deixou a sétima expedição sem sucesso. Também no reinado de Seybeddin Kotuz, o exército dos aliados Mongóis-Armênio-Cruzadas foram arrasados e impedidos de apoderar-se da Síria. Os otomanos puseram fim à existência do Estado dos Mamelucos.

Um dos mais importantes estados do século XIV foi o estado Timurid (1370-1507), que foi fundado por Timur, chefe de um dos Khanados de Çagatay. Timur, num período de 35 anos, expandiu as fronteiras do seu Estado, indo desde o Rio Volga até o Rio Gange, nas montanhas de Deus, até Izmir e Damasco. Com a sua morte o Império desintegrou-se. Somente Hüseyin Baykara conseguiu sobreviver em Horasan. A capital Herat foi um dos centros culturais mais importantes da história turca. O poeta e estadista Ali Sir Nevai, foi educado nesta cidade.

O grupo turcomano Karakoyunlu, composto pelas tribos Oguz, Yiva, Yazir, Döger e Avsar fundou o Estado Karakoyunlu na região situada entre Erbil e Nachicevan (1380-1469). O monarca Karakoyunlu, Kara Yusuf, diante das pressões de Timur, refugiou-se junto ao sultão Otomano Yildirim Bayezid; Este movimento foi também considerado a razão oculta da Batalha de Ankara. Depois da batalha, Kara Yusuf conseguiu reconstruir o seu estado em 1406 e anexou ao seu reinado Mardin, Erzincan, Bagdad, Azerbaijão, Tabriz, Kazvin e Sultaniye. Depois da sua morte, houve tumulto no país. Cihan Chah, apesar de restabelecer a união do país, é vencido em Mardin pelo Khan dos Akkoyunlu, Uzun Hasan, e se submeteu à sua soberania.

pag090Os turcomanos Akkoyunlu fundaram na região de Diyarbakir, o Estado de Akkoyunlu (1350-1502). O Estado, que na realidade foi fundado por Kara Yülük Osman Bey, conheceu o seu período mais glorioso sob o reinado de Uzun Hasan. No entanto, a sua derrota na batalha Otlukbeli (1473) contra Fatih Sultan Mehmed (Sultão Mehmed, o conquistador) levou ao colapso o Estado de Akkoyunlu.

O xá Ismail, aproveitando-se da desordem no Estado Akkoyunlu, reuniu os turcomanos dispersos pelo Irã, e fundou o Estado dos Sefevidas (1501). O xá Ismail expandiu seus territórios, através de um regime político sectário xiita. No entanto em 1514, quando ele desejou conquistar a Anatólia, enfrentou o Impera-dor Otomano Sultão Yavuz Selim em Çaldiran e sofreu uma grande derrota. Os soberanos sefevidas perderam todas as batalhas contra os Otomanos. O Estado dos Sefevidas foi abalado com a fundação do Estado de Avsar por xá Nadir e assim sendo extinto oficialmente em 1760.

Zahirüddin Bâbür, um descendente da dinastia do Timur, o qual ficou conhecido por haver escrito a obra "Vekayi (Babürname)" (Os eventos) em turco, fundou o Império Bâbür na Índia (1526). Após sua morte, os seus filhos Hümayun e Ehber expandiram as fronteiras do Estado e uma grande parte do subcontinente Indiano foi unificada politicamente. No reinado de Horrem, conhecido como xá Ajahan, foi considerado o período mais esplêndido em termos políticos e artísticos. O "Taj Mahal" considerado um dos mais belos trabalhos arquitetônico do mundo, foi construído em Agra. Arquitetos otomanos também colaboraram na construção desta obra-prima.

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Após a morte de Alemgir I, as desordens internas continuaram até a ascensão do xá Bahader II ao trono. Os ingleses, que reprimiram a insurreição de 1858, anexaram a Índia às terras da Inglaterra.

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mapa_vermelho O Império Otomano (1299-1923): O Estado otomano foi fundado por Osman Bey. Ele foi designado chefe por unanimidade pelos Beys das tribos Oghuz, situados nas fronteiras. O mesmo conseguiu unificar os Beylicatos turcos e conseguiu criar, em um curto espaço de tempo, a união turca. Os otomanos, depois de conquistar Bursa e declarar a cidade capital, passaram para Rumeli e na época de Orhan Gazi e do Sultão Murad I, ocuparam a maior parte dos Bálcãs. Em 1362, Edirne foi conquistada e a capital transferida para lá. Enfim, a conquista de Istambul por Sultão Fatih Mehmed (1453), não só pôs fim ao Império Bizantino, mas também foi uma passagem da Idade Média para a idade Moderna.

O Império, desde o último quarto do século XVI, começou a perder sua superioridade econômica e militar sobre a Europa. No século XIX, com a provocação da Rússia e de alguns Estados Europeus, os movimentos nacionalistas eclodiram nos territórios otomanos. Os cristãos proclamaram independência e estabeleceram estados independentes. Os esforços reformistas que empreenderam ao longo do século XIX, não conseguiram diminuir o processo de declínio. Sob o rei-nado do Sultão Abdülhamid II é adotada a primeira Constituição no estilo ocidental (1876). Mas, infelizmente, não deu nenhum resultado e o período constitucional, elaborado por um grupo de intelectuais chamado os "Jovens Turcos", assinado à força pelo Sultão Abdülhamit II, terminou oficialmente quando o sultão, com o pretexto da guerra russo-otomana de 1877-1878, ordenou a dissolução da Assembléia.O Império otomano combateu na Europa com: o Império Austro-Húngaro, os Espanhóis, o Papado, a Inglaterra, a Polônia, a França e a Rússia; no leste e sudeste com os Estados dos Akkoyunlu, os Timuridas, os Mamelucos, os Sefevidas e os Karamanogullari. Eles estabeleceram um Império mundial, que abrangia os três continentes, que iriam manter sua existência até o século XX. O Sultão Yavuz Selim, conquistou o Egito e conseguiu a transferência do título do Califado aos Otomanos. Durante o reinado do Sultão Kanuni Süleyman, as fronteiras do império foram estendidas ao norte de Criméia até Yêmen e Sudão ao sul; ao leste, até o interior do Irã e o Mar Cáspio; no noroeste até Viena, e no sudoeste todo, e do norte da África até a Argélia.

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O comitê da União e Progresso (Ittihat ve Terakki Cemiyeti), também formado por um grupo de "Jovens Turcos", forçou a reproclamação Monárquica Constitucional (1908), reprimiu a rebelião de 31 de março e tomou o poder. A derrota na Guerra ítalo-turca que ocorreu na Líbia contra os italianos (1911-1912) e em seguida a guerra Balcânica (1912-1913), empurrou o Governo do Comitê da União e Progresso a instaurar uma ditadura de partido único. O Império Otomano entrou na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), apressadamente como um aliado da Alemanha, o que, como consequência, provocou o fim deste Império. Após a assinatura do Acordo Mondrose, a França, Itália, Inglaterra e a Grécia ocuparam os territórios otomanos por um período que se estendeu até Guerra da Independência.

mapa_vermelho A Cultura e a Civilização Otomanas: O Império Otomano deixou para trás uma esplêndida herança de cultura e civilização. Ao mesmo tempo em que fez contribuições significativas para a história da civilização, abraçando o patrimônio cultural, artístico e científico de todas as nações anteriores turcas e não turcas este império inclui obras primas de um valor inestimável tais como arquitetura, escultura sobre pedras e madeiras, a faianças, decoração, pinturas em miniatura, caligrafia e encadernação. O Império que influenciou a política mundial durante séculos, adotou uma atitude equitativa e tolerante perante os seus cidadãos de religião, língua e nacionalidades diferentes, repartidos sobre imensos territórios. Garantindo a liberdade de religião e de convicção, criou os meios necessários para a proteção das línguas e das culturas das nações reunidas em seu seio.

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mapa_vermelho A Guerra da Independência Nacional (1919-1923): Após o Armistício de Mondros, a maioria dos territórios Otomanos foram divididos entre os Estados vitoriosos. Mas em seguida formaram-se na Anatólia e em Trácia, frentes de defesas e organizações de resistência. O povo turco foi obrigado a transformar estes esforços de resistência em um movimento de independência total e conseguiu sua realização com a liderança de Mustafa Kemal. Quando Mustafa Kemal desembarcou em Samsun, porto do Mar Negro, no dia 19 de maio de 1919 na qualidade de Inspetor dos Exércitos, deu-se início a Guerra da Independência Nacional, que durou por quatro anos. A circular, publicada em Amasya em 22 de junho de 1919, constituiu um convite e à declaração da libertação nacional. Este ato foi seguido pelos congressos de Erzurum e de Sivas. No Congresso de Erzurum, o povo turco manifestou a sua determinação para a independência nacional para o mundo inteiro como segue: "As terras da pátria dentro das fronteiras nacionais é um todo, e não podem ser divididas. Mandatos e patrocínios são inaceitáveis".

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Os Estados aliados, no dia 16 de março de 1920, ocuparam Istambul e dispersaram o Parlamento Otomano. Alguns deputados foram presos, e outros viajaram para Ankara para aderir à luta pela libertação nacional.

A Grande Assembléia Nacional da Turquia (GANT) foi inaugurada no dia 23 de abril de 1920 em Ankara e Mustafa Kemal foi eleito Presidente da Assembléia. A partir deste momento a luta da liberação nacional, em nome do povo, seria efetuada por esta assembléia. Depois de nomear Mustafa Kemal como comandante e chefe, iniciou-se a guerra a todos os estados imperialistas em todas as frentes. No entanto, o governo de Istambul, em 10 de agosto de 1920, assinou o Tratado do Sevr, que incluía disposições muito severas para os turcos.

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Mustafa Kemal e o Governo de Ankara não reconheceram o Tratado de Sevr. Os exércitos no leste da Anatólia, sob o comando de Kazim Karabekir iniciaram um combate e este esforço foi concluído com sucesso. Por outro lado, foi assinado com a Armênia, em 2 de dezembro de 1920 o Tratado de Gümrü. Este era o primeiro tratado internacional assinado pela Assembléia Nacional. Os problemas na frente oriental foram totalmente resolvidos depois da assinatura do Tratado de Moscou, em 16 de Março de 1921, com governo de GANT e Rússia, bem como o Tratado de Kars assinado com a Armênia, Azerbaijão e Geórgia, em 13 de Outubro de 1921. Na frente ocidental, as forças gregas ocuparam Izmir em 15 de maio de 1919 e começam a avançar para o interior da Região do Egeu. Porém, a progressão das forças gregas foi detida com as 1ª e 2ª batalhas de lnönü

(janeiro e abril de 1921), e posteriormente, na batalha de Sakarya (agosto-setembro de 1921) foram derrotados de uma maneira muito trágica. De acordo com o Tratado de Ankara, assinado com a França (outubro de 1921), seus exércitos foram expulsos de Adana e arredores. Em seguida, todas as forças do país foram preparadas para uma grande ofensiva geral a ser realizada na frente ocidental.

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As forças gregas sofreram uma grande derrota na Batalha chamada "O Grande Ataque, do Supremo Chefe Comandante", em agosto de 1922, e Izmir foi liberada (9 de setembro de 1922). Esta vitória militar antecipou o período da criação do novo Estado Turco. Foi assinado entre o Governo de Ankara e osEstados Aliados, o Tratado de Mudanya (11 de outubro de 1922), e logo foi decidida a realização de uma Conferência em Lausanne, na Suíça, para discutir os acordos de paz. No entanto os Estados Aliados convidaram também para esta conferência o Governo de Istambul e este ato marcou o fim do Sultanato otomano. Efetivamente, a Grande Assembléia Nacional em 1 de novembro de 1922 decidiu separar o Califado do Sultanato e o aboliu. Consequentemente, o último Sultão Otomano Mehmed VI (Vahidettin) deixou Istambul em 17 de novembro de 1922.

mapa_vermelho O Tratado de Paz de Lausanne (24 de julho de 1923): As negociações de Lausanne, do qual o Governo de Ankara participou só com um representante, começaram em 21 de novembro de 1922. A delegação turca é chefiada pelo Ministro das Relações Exteriores, lsmet Pasha (lnönü). As negociações que foram suspensas em fevereiro de 1923, especialmente devido ao desacordo no futuro dos privilégios econômicos concedidos pelo Império Otomano aos países estrangeiros, porém, as negociações são retomadas em nota, no dia 23 de abril de 1923. O Tratado de Paz, composto de 143 artigos, 17declarações, protocolos e anexos, coloca um ponto final à guerra da Liberação Nacional, reconhece oficialmente o Governo da Grande Assembléia Nacional da Turquia, define as fronteiras nacionais da Turquia, suprime os privilégios econômicos, reestrutura as dívidas otomanas e enfim, reconhece oficialmente a independência política e econômica da Turquia. O Tratado assinado em 24 de julho de 1923 em Lousanne, cidade Suíça, foi ratificado em 23 de agosto de 1923 pela Grande Assembléia Nacional da Turquia.

 

Fonte: Direção Geral de Imprensa e Informação do Primeiro Ministério da Turquia, 2010