Sabores da Turquia aguçam o paladar brasileiro
  10.06.2015
Sabores da Turquia aguçam o paladar brasileiro

Por Mari Weigert - 05/28/2015 - Viagens

NOTA DO CCBT: Este artigo é da Janine Malanski e descreve a culinária turca que conheceu durante a viagam à Turquia, organizada pelo CCBT com um grupo de gestores culturais de Curitiba-PR.
 
A gastronomia turca é uma mistura de sabores, textura, aromas e cores. Por demais inspiradora ! Tão atraente e saborosa que foi tema de um dos mais belos e sensíveis filme sobre arte culinária – O Tempero da Vida – do cineasta turco Tassos Boulmetis. Uma história que  começa lembrando que tanto a comida quanto a vida precisam de sal para dar sabor. “Você pode passar 365 dias na Turquia sem repetir uma receita por causa da grande variedade de pratos”, afirma o presidente do Centro Cultural Brasil-Turquia, Mustafa Goktepe.
 
A gastronomia turca, considerando que a definição de gastronomia é a “arte de cozinhar de modo a que se dê o maior prazer a quem come”, tem respaldo numa cultura milenar que, sobretudo aguça os sentidos. “A alimentação rica e variada  que experimentamos ao visitar a Turquia é  devido a sua localização geográfica, a extensão do território, as condições climáticas  que propiciam uma variedade de frutas, legumes , verduras  e peixes.Estes alimentos somados à  diversidade cultural dos povos que ali viveram e ainda vivem como os otomanos e dos povos por eles conquistados em cinco séculos, entre eles, gregos e romanos, nos propiciam degustar uma culinária diversificada nos ingredientes e nas combinações dos temperos”, fundamenta Janine Malanski, gestora cultural brasileira que esteve na Turquia duas vezes no último ano. Uma delas a convite do Centro Cultural Brasil-Turquia.

Este artigo sobre gastronomia será o primeiro de uma série de considerações que ela fará com base nas semanas que passou naquele país, o qual admira pela história e por seus mistérios.
Janine adora fotografar e como podemos perceber, os seus comentários serão sempre acompanhados por imagens carregadas de sensações e sensibilidade, que se comunicam no silêncio da luz e da cor.
 
A alimentação é a base da saúde de um povo e a Turquia certamente mostra a vitalidade da sua gente aos olhos do turista. Assim como, o convite a um jantar ou a um almoço é demonstração de boas vindas ao visitante estrangeiro. Portanto,a nossa narradora foi convidada a experimentar o que existe de mais saboroso neste país que se configurou como berço das civilizações.
Nesta trajetória de degustação, lembra do prato da carne de cordeiro (Tuzda kuzu) envolto numa crosta de sal (como se fosse um ovo), que é flambado aos olhos dos comensais, como num ritual sagrado. Depois do fogo, a casca dura do sal é quebrada para que todos se deliciem da iguaria contida dentro dela.  “Foi a melhor carne de cordeiro que já provei”, confidencia. Mas a sua lembrança sobre gastronomia turca não se restringe apenas à carne de cordeiro. Recorda com saudades do café da manhã farto, com legumes, azeitonas, mel (bal), manteiga (kaymak – que mais parece uma nata), e as rosquinhas de gergelim (simit). O mel é consumido com o favo e por incrível que pareça é o favo mais tenro que existe no mundo, que de tão macio é possível mastigar e engolir. “Só de lembrar dá água na boca”, resume ela.
Como se não bastasse um café saudável, encontramos mulheres turcas, em restaurantes, barracas, barcos, preparando com desenvoltura o gözleme (um pão, semelhante a uma panqueca, feito numa chapa), que não lhe davam paz e eram apelos diretos para que ela não pecasse em vão e se entregasse aos prazeres da gula.
 
 
 
 
Assim, num piscar de olhos Janine estava provando o tradicional gözleme recheado com alguns destes ingredientes – queijo, espinafre, carne,nutella, entre outros. Um ou outro eram sempre saborosos recheios daquela massa fininha, quentinha,saindo direto da chapa.
Caminhar pelas ruas ensolaradas em período de primavera e verão é se encantar e apreciar o colorido e a abundância de frutas e legumes expostos em pequenos negócios ou em barraquinhas de feiras. Saborear tâmaras, damascos, cerejas, figos frescos  e  tomar suco de romã faz parte do passeio.
 
 
 
 
 
Isso sem falar dos charutos (Yabrak), feitos de folha de parreira, recheados com arroz  e carne ou vegetais e temperos. Uma curiosidade: existem máquinas  para enrolar o charuto à venda no Bazar de Especiarias”.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tudo é muito colorido!
 
 
 
 
 
Mas nada se compara ao Bazar de Especiarias, também conhecido como Bazar Egipcio, que é um conjunto de pequenas lojas em Istambul. “O edifício faz parte do külliye (complexo) da Mesquita Yeni (Mesquita Nova). A estrutura foi projetada pelo arquiteto-chefe da corte otomana Koca Kasım Ağa, discípulo de Mimar Sinan, mas foi completada por um arquiteto de nome Mustafa em 1660″. Fonte Wikipédia.
Nenhuma foto ou vídeo poderá reproduzir o que significa o Bazar de Especiarias. Entrar nele é embrenhar-se no magnífico mundo dos aromas, sabores e cores da comida turca. Somente este passeio já justifica a viagem à Turquia.
O que falar sobre os doces…
Agora que você já está com água na boca vamos deixá-lo com os seus sonhos a esta terra longínqua. Quem sabe um dia poderá conhecer este lugar, onde a arte culinária é tão antiga que, voltando no tempo, podemos imaginar os primeiros gourmets,cozinheiros, fazendo milagres para conservar alimentos e tentando serem os mais criativos possíveis ao transitar num ambiente em que as panelas eram caldeirões de ferro pendurados em cima do fogo.
Nos gigantescos palácios otomanos ou nas tendas dos guerreiros, mesmo nas modestas e humildes casas, se processavam verdadeiras alquimias em ervas e alimentos para garantir sabor e qualidade.Alquimias que resultaram em saborosos pratos que foram passados de pai para filho e que jamais serão esquecidos.
“Tanto a vida quanto a comida precisam de temperos para dar sabor”.
*(Todas as fotos publicadas na matéria são de Janine Malanski)